28 novembro 2003

Discurso MBA entrega de diplomas - Universidade Católica Portuguesa (20 de Novembro de 2003)

Boa tarde Dr. António Mexia, Exmo Sr. Reitor, srs. Docentes da Universidade Católica Portuguesa, colegas do MBA, sras. e srs. Desde já solicito a vossa compreensão mas vamos ter de esperar mais alguns minutos pois telefonou-me agora o meu amigo José Eduardo Moniz a dizer que vou entrar em directo para o jornal das 8 na TVI.

No decurso de uma votação democrática, fui eleito pelos meus colegas como o seu representante por forma a dar uma ideia do que foi para nós, MBA’s, estes 2 anos e qual o impacto futuro nas nossas carreiras profissionais.

Numa 1ª análise, mais superficial e para dar uma ideia do grau de exigência deste MBA, que nos fez muitas vezes alhear do mundo exterior, deparo-me agora, que estou de volta ao mundo dos comuns mortais, com acontecimentos incríveis. Por exemplo, só agora soube que o Iraque é neste momento dominado pelos americanos. Actividades simples como ir ao videoclube estão neste momento completamente alteradas. Já ninguém aluga cassetes VHS. Apenas DVD’s. É caso para dizer que no meu tempo não era assim. Realmente, o mundo mudou muito nestes últimos 2 anos de MBA. Até a minha filha já fala e só agora eu me apercebi. Graças a Deus ainda não tem namorado mas..... não deve faltar muito.

Apesar desta análise ser um pouco exagerada, esta retrata o esforços que todos nós tivemos de fazer para completar mais esta árdua etapa na nossa ascensão profissional. Muitas vezes, inclusive, sacrificando a nossa própria família.

Mas, quanto a mim, este é um esforço que será devidamente recompensado. E porquê? Porque este MBA é apenas e só do melhor que temos em Portugal. E estes sucessos devem-se àquilo a que eu gosto de chamar o quadrado de ouro. E passo a apresentar quais os vértices desse quadrado:

- Os alunos. São de facto uma das mais valias deste programa. Marketers, gestores, médicos, advogados, engenheiros, toda uma heterogeneidade de profissões com formações académicas distintas que permitiam encarar os problemas colocados sobre diferentes perspectivas. É realmente fascinante juntar financeiros e marketeers para um jogo de marketing estratégico, em que de um lado estão os financeiros, as suas folhas de cálculo e a sua lógica matemática, e do outro, os marketeers e a sua fabulosa intuição. Este MBA, deu realmente a conhecer pessoas brilhantes e, ao contrário do que se podia esperar, com um sentido de solidariedade e entreajuda que mais fazia lembrar os tempos de adolescência. Era meu objectivo fornecer alguns exemplos de colegas que simbolizam tudo aquilo que eu agora mencionei mas assim de repente não me vem ninguém à cabeça. Falando mais a sério, e não podendo falar de todos, gostaria de mencionar Carlos Sena, e a sua incansável capacidade de trabalho, José Aralla, esse bastião do humor britânico, Rui Matias (o único marketeer no mundo a dar a volta a 6 financeiros no jogo MarkStrat), José Afonso Faias, o homem para quem a estatística não tem segredos e Caro de Sousa sempre de peito feito a todas as adversidades. Mas de facto todos vocês foram espectaculares e são o que esta faculdade terá de melhor;

- Os docentes; De zero a 20, 18. Realmente fantásticos, conseguiram transmitir parte da sua experiência e do seu vasto conhecimento para nós. Além disso, conseguiram criar um elo bastante forte com os alunos levando a que relação aluno - professor passasse muitas vezes para um nível mais pessoal. Vocês deram-nos as ferramentas necessárias para o nosso desenvolvimento profissional, cabendo-nos a nós agora provar que somos não a futura geração de gestores mas sim a geração de gestores que contribuirá para o desenvolvimento da economia portuguesa. E quanto a isso, posso vos garantir que não vos deixaremos ficar mal. Apenas vos pedimos, e penso que falo em nome de todos nós, que continuem exigentes, pois quem vem atrás também tenham de sofrer o mesmo que nós sofremos por forma a tirarem o máximo partido destes 2 anos de curso.

- A estrutura curricular; Sem dúvida, a heterogeneidade curricular posta à nossa disposição era tão vasta e a qualidade tão elevada que muitas vezes a dificuldade era escolher a disciplina pretendida. Temas actuais, com interesse não apenas teórico mas também prático, tornaram este MBA muito mais apetecível e com aplicação imediata em termos profissionais. Os próprios trabalhos solicitados permitiram dar-nos uma visualização mais abrangente da realidade empresarial portuguesa e sempre sobre várias perspectivas variando consoante a formação académica do grupo onde estávamos inseridos. Penso que a Universidade Católica, ao nível do MBA, deve continuar a apostar na diversidade disciplinar optando por temas actuais e com aplicação prática.

- Last but not the least, uma última palavra para os serviços escolares, que foram de uma gentileza e simpatia transcendentes. Não é fácil aturar cento e tal MBA’s stressados com as notas a telefonar todos os dias. São de facto uma das mais valias deste MBA e um vértice importante do quadrado de ouro. Apenas não vos dou nota pois não quero que os professores fiquem chateados comigo.

Estes 4 factores em conjunto contribuíram para que, de facto, este MBA tenha sido um sucesso. Tenho a certeza que todo o tempo por nós despendido nestes 2 anos, vai-nos ser devolvido com juros de mora de 200% em termos de realização profissional.

Em jeito de resumo, e como eu já tinha dito anteriormente, a Católica colocou nas nossas mãos as ferramentas para a nossa afirmação profissional. Neste momento, poucas coisas nos podem meter medo. Cabe agora a todos vocês, MBA’s 2003, provar que em cada um de nós existe um potencial Jack Welch disposto a colocar Portugal no lugar que merece no contexto empresarial europeu. O futuro está nas nossas mãos e este será brilhante.

Obrigado.

(Discurso de Nuno Santos)