Frase do Dia
Afinal, o importante é participar.
Desde 2003. Um blogue que se reveste de alegria, de viver, de sentir. Com alguma desordem, personalidades múltiplas aqui coabitam e, a brincar, a brincar, reflectem um olhar sério sobre a realidade.
Este instrumento rudimentar foi mostrado a Vasco da Gama pelo piloto árabe (seria Ahmad Ibn-Madjid?) que o levou à Índia.
Era usado pelos árabes para determinar as alturas das estrelas para obter a latitude. Trazido para a Europa pelos portugueses foi utilizado nos nossos navios com a designação de tavoletas de Índia ou balestilha do mouro.
O kamal compunha-se por uma tábua rectangular com um fio com vários nós suspenso do seu centro. A estes nós correspondia uma graduação em isbas.
Prendia-se o nó com os dentes, ou encostava-se a mão com o nó junto à cara, e esticava-se o fio com a peça de madeira afastada da cara, visando o horizonte pelo lado inferior da tábua e a estrela pelo lado oposto. Com a mão livre contavam os nós que sobravam para efectuarem o cálculo.
Porque os lados da tábua não eram iguais cada kamal permitia fazer duas séries de alturas compreendidas entre limites diferentes. Uma com o lado maior e outra com o menor.
Além disto cada piloto levava mais que um kamal diferente a bordo.
O kamal trazido por Vasco da Gama estava adaptado à navegação no Índico e os nós referiam-se a medidas e a pontos de referências diferentes dos usados entre nós.
A adaptação aos nossos mares seria morosa pelo que nunca foi adoptado de forma generalizada.
Há no entanto notícia que, depois de apurado o factor de conversão entre isbas e graus,
construiram-se alguns instrumentos deste tipo graduados em graus, e que na primeira metade do séc.XVI os pilotos portugueses ainda se serviram das tavoletas de Índia.
Sabe-se também que em finais do século passado alguns pilotos orientais ainda usavam este instrumento.