28 novembro 2003

7 Step Internal Business Plan Model

Step 1 - Develop Your Business Identity
Your business identity defines who you are as a business and what you do. There are three key components.
Vision - what you want your business to achieve in the future?
Mission - what does the business do and why does it exist?
Values - what is important about what you want to achieve and how you want to achieve it?
Step 2 - Analyse Your External Environment
Your external environment comprises not just your existing and potential customers but also your competitors, your suppliers, potential new entrants to the market and other key groups. Therefore your analysis will assess the business opportunity that you are targetting and how it's likely to change.
Another important component of this step is analysing general social, economic and technological changes and how they are going to affect your business.
Once you've done the analysis, it's important to assess what implications these opportunities and threats have for your business and how you need to react?
Step 3 - Analyse Your Internal Environment
Your internal analysis is concerned both with the past and the future. On the one hand, it looks at how the business has performed in the past and what its strengths and weaknesses are
On the other hand, the analysis takes the vision and begins to work out how exactly it is going to be achieved. Very important here is the identification of key success factors, which define what needs to happen in order to achieve your objectives.
Step 4 - Develop Your Action Plan
Your business plan is nothing without an action plan because, without it, little is going to get done. Your action plan will describe who needs to do what by when and what resources are needed?
Step 5 - Implement Your Business Plan
Implementation ensures, not just that everyone knows what they have to do, but also that they actually do it.
Step 6 - Assess Progress and Adjust Your Plans
The whole purpose of your internal business plan is to get results, which could be increased sales, profits, growth or whatever else your objectives are. The aim of Step 6 is to check that you're getting the results that you want or whether you need to adjust your plans.
Step 7 - Review Your Plan
Every six or twelve months, lots will have changed both internally and externally and your existing plan may have become out-of-date. You'll need to review it and probably start writing another one.

TEORIAS X e Y

Teoria X
Estilo de gestão em que o gestor informa o empregado do que é esperado dele, instrui-o em como realizar o seu trabalho, insiste que ele siga standars e certifica-se que ele saiba quem é o chefe.
Teoria Y
Estilo de gestão em que o gestor consulta os seus empregados, procura conhecer as suas opiniões e encoraja-os a tomar parte no planeamento e tomada de decisões.

Span of control principle

Princípio que enuncia que o numero de pessoas que responde directamente a um gestor é limitado (7-8 pessoas).

Princípio de Pareto (ou príncipio de selectividade)

Um pequeno número de causas (geralemente 20%) é responsável pela maioria dos problemas (geralmente 80%).

Kaizen

Expressão aplicada ao modelo japonês de gestão da qualidade, que significa melhoria contínua dos processos produtivos. Deve ser conduzida pela gestão de topo, mas para ter sucesso, requer o envolvimento e cooperação de todos os elementos da empresa. O princípio básico é incentivar o questionar constante das actividades das actuais estruturas, ao invés de um aderência passiva às normas

Excelência

Filosofia de gestão inspirada no livro In Search of Excellence de Tom Peters e Robert Waterman, de 1982. No fundo, trata-se de uma viragem no pensamento dos gestores para a procura da qualidade direccionada para o cliente. Este livro forneceu uma metodologia de investigação e diagnóstico de empresas pela teoria dos seven Ss: strategy; structure; systems; style; staff; skill e share values. As empresas são consideradas excelentes se possuírem oito características: a proximidade com o cliente; a tendência para a acção e iniciativa; a autonomia individual; a aposta nos recursos humanos; a criação de valores; a centralização na actividade que melhor domina; a simplicidade formal; e a existência em simultâneo de rigidez e flexibilidade.

Consultoria de gestão - Definição

Actividade que consiste na recolha de informação e análise do funcionamento de uma empresa, diagnóstico dos seus problemas, apresentação de recomendações e orientações a seguir para a sua implementação. A área da consultoria, devido ao crescimento atingido, tenderá a dividir-se em cinco grupos:
- sistemas de informação;
- desenvolvimento de produtos e tecnologia;
- eficácia organizacional;
- estratégia empresarial; e
- sector público.

Discurso MBA entrega de diplomas - Universidade Católica Portuguesa (20 de Novembro de 2003)

Boa tarde Dr. António Mexia, Exmo Sr. Reitor, srs. Docentes da Universidade Católica Portuguesa, colegas do MBA, sras. e srs. Desde já solicito a vossa compreensão mas vamos ter de esperar mais alguns minutos pois telefonou-me agora o meu amigo José Eduardo Moniz a dizer que vou entrar em directo para o jornal das 8 na TVI.

No decurso de uma votação democrática, fui eleito pelos meus colegas como o seu representante por forma a dar uma ideia do que foi para nós, MBA’s, estes 2 anos e qual o impacto futuro nas nossas carreiras profissionais.

Numa 1ª análise, mais superficial e para dar uma ideia do grau de exigência deste MBA, que nos fez muitas vezes alhear do mundo exterior, deparo-me agora, que estou de volta ao mundo dos comuns mortais, com acontecimentos incríveis. Por exemplo, só agora soube que o Iraque é neste momento dominado pelos americanos. Actividades simples como ir ao videoclube estão neste momento completamente alteradas. Já ninguém aluga cassetes VHS. Apenas DVD’s. É caso para dizer que no meu tempo não era assim. Realmente, o mundo mudou muito nestes últimos 2 anos de MBA. Até a minha filha já fala e só agora eu me apercebi. Graças a Deus ainda não tem namorado mas..... não deve faltar muito.

Apesar desta análise ser um pouco exagerada, esta retrata o esforços que todos nós tivemos de fazer para completar mais esta árdua etapa na nossa ascensão profissional. Muitas vezes, inclusive, sacrificando a nossa própria família.

Mas, quanto a mim, este é um esforço que será devidamente recompensado. E porquê? Porque este MBA é apenas e só do melhor que temos em Portugal. E estes sucessos devem-se àquilo a que eu gosto de chamar o quadrado de ouro. E passo a apresentar quais os vértices desse quadrado:

- Os alunos. São de facto uma das mais valias deste programa. Marketers, gestores, médicos, advogados, engenheiros, toda uma heterogeneidade de profissões com formações académicas distintas que permitiam encarar os problemas colocados sobre diferentes perspectivas. É realmente fascinante juntar financeiros e marketeers para um jogo de marketing estratégico, em que de um lado estão os financeiros, as suas folhas de cálculo e a sua lógica matemática, e do outro, os marketeers e a sua fabulosa intuição. Este MBA, deu realmente a conhecer pessoas brilhantes e, ao contrário do que se podia esperar, com um sentido de solidariedade e entreajuda que mais fazia lembrar os tempos de adolescência. Era meu objectivo fornecer alguns exemplos de colegas que simbolizam tudo aquilo que eu agora mencionei mas assim de repente não me vem ninguém à cabeça. Falando mais a sério, e não podendo falar de todos, gostaria de mencionar Carlos Sena, e a sua incansável capacidade de trabalho, José Aralla, esse bastião do humor britânico, Rui Matias (o único marketeer no mundo a dar a volta a 6 financeiros no jogo MarkStrat), José Afonso Faias, o homem para quem a estatística não tem segredos e Caro de Sousa sempre de peito feito a todas as adversidades. Mas de facto todos vocês foram espectaculares e são o que esta faculdade terá de melhor;

- Os docentes; De zero a 20, 18. Realmente fantásticos, conseguiram transmitir parte da sua experiência e do seu vasto conhecimento para nós. Além disso, conseguiram criar um elo bastante forte com os alunos levando a que relação aluno - professor passasse muitas vezes para um nível mais pessoal. Vocês deram-nos as ferramentas necessárias para o nosso desenvolvimento profissional, cabendo-nos a nós agora provar que somos não a futura geração de gestores mas sim a geração de gestores que contribuirá para o desenvolvimento da economia portuguesa. E quanto a isso, posso vos garantir que não vos deixaremos ficar mal. Apenas vos pedimos, e penso que falo em nome de todos nós, que continuem exigentes, pois quem vem atrás também tenham de sofrer o mesmo que nós sofremos por forma a tirarem o máximo partido destes 2 anos de curso.

- A estrutura curricular; Sem dúvida, a heterogeneidade curricular posta à nossa disposição era tão vasta e a qualidade tão elevada que muitas vezes a dificuldade era escolher a disciplina pretendida. Temas actuais, com interesse não apenas teórico mas também prático, tornaram este MBA muito mais apetecível e com aplicação imediata em termos profissionais. Os próprios trabalhos solicitados permitiram dar-nos uma visualização mais abrangente da realidade empresarial portuguesa e sempre sobre várias perspectivas variando consoante a formação académica do grupo onde estávamos inseridos. Penso que a Universidade Católica, ao nível do MBA, deve continuar a apostar na diversidade disciplinar optando por temas actuais e com aplicação prática.

- Last but not the least, uma última palavra para os serviços escolares, que foram de uma gentileza e simpatia transcendentes. Não é fácil aturar cento e tal MBA’s stressados com as notas a telefonar todos os dias. São de facto uma das mais valias deste MBA e um vértice importante do quadrado de ouro. Apenas não vos dou nota pois não quero que os professores fiquem chateados comigo.

Estes 4 factores em conjunto contribuíram para que, de facto, este MBA tenha sido um sucesso. Tenho a certeza que todo o tempo por nós despendido nestes 2 anos, vai-nos ser devolvido com juros de mora de 200% em termos de realização profissional.

Em jeito de resumo, e como eu já tinha dito anteriormente, a Católica colocou nas nossas mãos as ferramentas para a nossa afirmação profissional. Neste momento, poucas coisas nos podem meter medo. Cabe agora a todos vocês, MBA’s 2003, provar que em cada um de nós existe um potencial Jack Welch disposto a colocar Portugal no lugar que merece no contexto empresarial europeu. O futuro está nas nossas mãos e este será brilhante.

Obrigado.

(Discurso de Nuno Santos)

26 novembro 2003

Ser ou não ser

Sem ser ja o que quero ser
como poderei estar certa de la chegar?

25 novembro 2003

Siemens A60

Adquiri ontem um Siemens A60, o que implicou rever a lista de contactos. As pessoas foram classificadas em 4 categorias: Família, Amigos, Conhecidos e Outros (vg, actuais e ex-mulheres-a-dias, mecânico).
Quanto aos toques, polifónicos obviamente.

21 novembro 2003

Sessão de Entrega de Diplomas MBA 2003 (Universidade Católica)

A sessão de entrega dos diplomas MBA 2003 realizou-se ontem, dia 20, na sala E511 da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da UCP.
Abriu a sessão o Professor Doutor Fernando Branco.
Segui-se o Reitor da Universidade que introduziu o orador convidado: Dr. António Mexia, da Galp Energia.
O discurso do Dr. Mexia foi em tom de aula. Segundo o próprio deveriamos reter o seguinte acrónimo: POP.
A Cultura POP baseia-se no seguinte:
Professional People
Out of the Box
Play by the Rules.
Segui-se o discurso de um colega que representou os alunos: Dr. Nuno Santos, que se portou à altura.
Discurso divertido q.b. conjugado com um bom resumo de que é o fazer o MBA da Católica.
Para terminar os alunos 'desfilaram' para receber o desejado diploma.
Muitos familiares estiveram presentes, desde os mais pequenos aos mais idosos.
E assim acontece...

17 novembro 2003

Automóveis nos passeios e outras desarrumações

É polémico, eu sei, mas detesto ver carros mal arrumados,
em cima do passeio ou em sítios proibidos.
Pergunto-me se é, de facto, necessário, ou se é um aspecto cultural?
Será que o nosso nível social depende de andarmos ou não em transportes públicos?
Será que cada um de nós não podia fazer um pequeno esforço e exigir melhores transportes públicos?
Temo ouvir a resposta, mas gostava dos vossos comentários.

Ajustamento

Pouco a pouco
Alinho o passo
Sem querer
Nem forçar
Troco o tempo
Pelo espaço
Troco o ser
Pelo estar

Tate Modern | Permanent Collection | Until January 2004

Bill Viola: Five Angels for the Millenium (2001)

Since the early 1970s, Bill Viola has used video to explore universal themes such as birth, death, and the unfolding of consciousness.

Five Angels for the Millenium (2001) consists of five large-scale projections showing figures descending and ascending through water. Accompanying ambient music reaches a crescendo as the figures erupt through glistening pools. At times the figures hover so close to the surface that it's hard to tell if the viewpoint is from above or below the water. Each screen is individually titled. In Departing, light glimmers through the dark waters and a figure floats into view, rushing through a storm of air bubbles to the surface. In Birth a figure shoots through the frame, while in Fire, mystical light turns the waters a deep blood red. Ascending shows a figure floating face down as though drowned. In Creation, a figure with outstretched arms suggests the iconography of the Crucifixion.

The image of a figure moving through water is one that appears in a number of Viola’s works. It’s a fascination that can be traced back to a childhood experience when, at the age of ten, he nearly drowned in a lake. More broadly, his focus on the renewing cycles of life, and on the phenomena of sensory perception as an avenue to self-knowledge, draws on Christian mysticism and Eastern philosophies. Many of his recent video installations have contained references to religious art from around 1500. For Viola birth and death ’are mysteries in the truest sense of the word, not meant to be solved, but experienced and inhabited.’ Accordingly, in his video installations, he aims to create a complete ’experience’, immersing the viewer in a sensory environment of image and sound. Bill Viola was born in New York in 1951.

Uma das instalações mais espectaculares que já vi.
Quinze minutos bem passados, numa sala grande e escura.

Matrix Revolutions

Publicidade enganosa, é tudo o que me apetece dizer sobre este filme.
Ah, e umas quantas lamechices e exageros desnecessários!
A não ver.

Melhoria contínua

Melhorando os blogs
Primeiro uns textos
Depois uns títulos
Uma ou outra imagem
Um site meter
E por fim uns comentários
Aos poucos o site vai ficando como eu quero

14 novembro 2003

Excerto da Passagem das Horas de Álvaro de Campos, 1916

Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.

Tabacaria de Álvaro de Campos, 1928

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

Bloguistas

Uns narcisistas
Outros voyeurs
Todos bloguistas
Sempre voyageurs

Matrix Revolutions e Crimberger Optimo Bruno

Hoje é dia de ir ver o Matrix Revolutions, às 21.50 no Monumental (Lisboa - Saldanha).
Mas a festa não estaria sem completa sem uma excelente cerveja Crimberger Optimo Bruno de 10 ° e um grupo animado para acompanhar. :-)

Gestão de Carreira XI

Chame as atenções para a sua nova empresa. Se mudou para uma nova empresa é muito boa ideia começar por fazer alguma coisa no início da sua nova carreira para pôr em causa o ambiente da empresa e mudá-lo de uma forma bastante bem sucedida. Veja as razões pelas quais a empresa o contratou.
Conheça o seu ponto de partida. Assinale o seu ponto de chegada.
Estabeleça objectivos definidos. Utilize o acrónimo SMART para assegurar que os seus objectivos têm grande qualidade: Stretching, Measurable, Achivable, Related to customer, Time targeted.
Ouvir com empatia é uma grande arte. PrepareChame as atenções para a sua nova empresa. Se mudou para uma nova empresa é muito boa ideia começar por fazer alguma coisa no início da sua nova carreira para pôr em causa o ambiente da empresa e mudá-lo de uma forma bastante bem sucedida. Veja as razões pelas quais a empresa o contratou.
Conheça o seu ponto de partida. Assinale o seu ponto de chegada.
Estabeleça objectivos definidos. Utilize o acrónimo SMART para assegurar que os seus objectivos têm grande qualidade: Stretching, Measurable, Achivable, Related to customer, Time targeted.

Dieta

Pequeno-almoço
1 fatia de pão integral com pouca manteiga (ex: Pão-Rico integral e sem côdea)
1 copo de leite magro
Meio-da-manhã1 peça de fruta ou 1 iogurte magro ou umas bolachas integrais
½ hora antes do almoço
1 maçã
Almoço
100 gr de carne ou de peixe (de preferência grelhados)
massa, arroz ou batata
legumes cozidos ou legumes crus (não misturar crus e cozidos)
Meio-da-tarde
1 iogurte ou umas bolachas ou 1 peça de fruta
½ hora antes do jantar
1 maçã
Jantar
sopa de legumes
100 g de carne ou peixe magro sem acompanhamento
Ceia
algumas bolachas integrais
Nota:
Por dia não deverão ser consumidas mais de 60 g de pão integral
A água só pode ser bebida até meia-hora antes de cada refeição principal
Exercício Físico:
Andar a pé meia hora por dia
Praticar exercício físico regularmente

Dependências

Confirmo a dependência
a minha vil tendência
internet here I go
mais um blog
menos um dia
eu previa
eu temia
eu queria

Palácio Vistalegre

Queria ter um palácio
alegre
com vista

Queria ter um palácio
para ti
e para mim

Motivações

Ganho dinheiro
logo existo
se não desisto
Moldados fomos
Julgados somos
Novos critérios
criam impérios
Satisfação
Desilusão

13 novembro 2003

Delírios poéticos

Delírios urbanos
Charutos cubanos
Associações livres
sem considerações de prosódia

Quero viver
Quero crescer
Ganhar mais
Gastar também

E porque não?

Álgido

Num ambiente álgido
fruto das novas tecnologias
me insiro
sem dramas
nem expectativas vãs

Quero correr
para não sofrer
Fugir de ti
Rumo a Madrid

(Esta quadra é mesmo kitsch...)

Inspirações Musicais

Ao som da Heróica de Beethoven começo
um dia alegre e com brio
não fora o nevoeiro a contrariar
e os documentos para mastigar

Ao som da Heróica progrido
sem muito alarido

Aos poucos vou conseguindo
conquistar o meu 'spacinho
neste mundo desabrido
neste mundo concorrido

12 novembro 2003

Piet Mondrian

Preso nas cores
na simplicidade
e no espaço amplo
Forte prisão
do olhar
como que a perguntar
E porquê?



UM DOMINGO BEM PASSADO

Restaurante Bonjardim (Lisboa -Baixa)
Oito à mesa, para comemorar a vinda da (brasileira) Maria a Lisboa, numa escapadela rápida à Conferência em Madrid.
Dos oito, cinco estudantes de doutoramento, um doutorado e duas outsiders (eu e a 'madrinha').
€13 por pessoa. O local é típico e fomos bem servidos (pastéis de bacalhau, picanha, peixe grelhado, ..., queijinho e chouriço assado para entrada. O doce de amêndoa recomenda-se).

Exposições 'Noronha da Costa' e 'Corpus', no CCB
Despois do almoço no Bonjardim, cinco de nós fomos ao CCB ver duas exposições.
Uma tarde bem passada, complementada com uns Pastéis de Belém in loco.

ACASO

Se me lês é por acaso
Se me vês é por acaso
Se gostares também
Se voltares não sei

10 novembro 2003

Apresentações

Anuncie os objectivos de uma apresentação. A audiência saberá para onde o orador os vai levar. Pense na sua preparação em 3 áreas: (1) A estrutura do conteúdo ou argumento; (2) O funcionamento geral, ou seja, os mecanismos da sala e os equipamentos audiovisuais; (3) a sua apresentação pessoal.

07 novembro 2003

Apresentações

Regras para presidir a uma reunião com sucesso: (1) Não faltar; (2) Começar as reuniões à hora prevista; (3) Estabelecer os relatórios de progresso; (4) Verifique se as reuniões são orientadas por objectivos e valem a pena e se todos os convocados precisam de estar nessa reunião.

06 novembro 2003

Poema d'animais

Aquele que, ao longo de todo o dia:

É activo como uma abelha,
Forte como um touro,
Trabalha que nem um cavalo,
E que, ao fim da tarde se sente cansado que nem um cão,
Deveria consultar um veterinário...

É bem provável que seja um grande burro!

IQ TEST

I took an online IQ Test at www.iqtest.com on June 05, 2001.
My score was: 135
This means I am a Gifted Borderline Genius. :-)

Average: 85 - 115
Above average: 116 - 125
Gifted Borderline Genius: 126 - 135
Highly gifted and appearing to be a Genius to most others: 136 - 145
Genius: 146 - 165
High genius: 166 - 180
Highest genius: 181 - 200
Beyond being measurable genius: Over 200

A MUDANÇA

Os meus valores nucleares mantêm-se inalterados.
Tudo o resto vai sendo questionado dia-após-dia, o que dá origem a
mudanças mais ou menos visíveis - induzidas, em geral, por objectivos de médio-longo prazo.

05 novembro 2003

"O Paraíso na Outra Esquina"

MARIO VARGAS LLOSA

"Onde se encontra o Paraíso? Na construção de uma sociedade igualitária ou no retorno ao mundo primitivo? Neste seu novo romance, Mario Vargas Llosa põe em relevo o mundo de utopias que foi o século XIX, através das vidas de Paul Gauguin e da sua avó materna Flora Tristán. Um vínculo entre duas personagens que optam por modelos de vida opostos mas que revelam um desejo comum: alcançar um Paraíso onde seja possível a felicidade para os seres humanos. "

Fonte:site Fnac

ODE DE RICARDO REIS

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De arvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nas queremos.
So nos somos sempre
Iguais a nos-proprios.

Suave é viver so.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Esta além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coraçao.
Os deuses sao deuses
Porque nao se pensam.


Ricardo Reis, 1-7-1916

04 novembro 2003

Picada fui

Uma picada tardia
sem sombra de escapatoria