E a lógica? by Fernando Ilharco
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”As emoções, o choque, as reviravoltas, as posições e contraposições, as surpresas mil, os "sound bytes", os rumores, o zapping, o telemóvel na mão, o alerta sensorial constante, e, e sobretudo, tudo instantaneamente e simultaneamente com os outros, levam-nos de volta não ao futuro mas ao passado, a um passado onde os homens viviam intensamente a emoção, o envolvimento, a instantaneidade, isto é, à tribo. Que tipo de distanciamento, de lógica, de linearidade e de análise é possível no âmbito do envolvimento, dos apelos sem fim e dos desafios sem resposta? A resposta, ou antes, uma das respostas possíveis a este estado de coisas foi dada vai para quarenta anos por McLuhan: vivemos na era electrónica, numa aldeia global, onde a lógica e a linearidade da escrita se evaporou, atirando-nos para um mundo marcado pelo som, pelo toque, pela emoção e pelo envolvimento. Mais do que constatarmos ou informarmo-nos, do que analisarmos ou reflectirmos, hoje, na era dos media, envolvemo-nos, sentimos, emocionamo-nos, especulamos e imaginamos. E o que é feito da ponderação, da lógica e da análise informada e racional?“
Fernando Ilharco (in Jornal Público, 11-03-2003)
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”As emoções, o choque, as reviravoltas, as posições e contraposições, as surpresas mil, os "sound bytes", os rumores, o zapping, o telemóvel na mão, o alerta sensorial constante, e, e sobretudo, tudo instantaneamente e simultaneamente com os outros, levam-nos de volta não ao futuro mas ao passado, a um passado onde os homens viviam intensamente a emoção, o envolvimento, a instantaneidade, isto é, à tribo. Que tipo de distanciamento, de lógica, de linearidade e de análise é possível no âmbito do envolvimento, dos apelos sem fim e dos desafios sem resposta? A resposta, ou antes, uma das respostas possíveis a este estado de coisas foi dada vai para quarenta anos por McLuhan: vivemos na era electrónica, numa aldeia global, onde a lógica e a linearidade da escrita se evaporou, atirando-nos para um mundo marcado pelo som, pelo toque, pela emoção e pelo envolvimento. Mais do que constatarmos ou informarmo-nos, do que analisarmos ou reflectirmos, hoje, na era dos media, envolvemo-nos, sentimos, emocionamo-nos, especulamos e imaginamos. E o que é feito da ponderação, da lógica e da análise informada e racional?“
Fernando Ilharco (in Jornal Público, 11-03-2003)
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