FlorGrela Consulting, SA
Caro Dr. Laranja-Espremida,
Para escrever um romance económico há que ter presente que os portugueses não lêem, mas gostam muito de comprar livros que estão no top e ficam bem na estante e nas conversas.
Neste contexto, considero que há pelo menos quatro coisas importantes para escrever um romance (económico) de sucesso:
- O tamanho da coisa (leia-se do livro). O livro quer-se grande para que não seja lido, mas apenas folheado;
- O título do livro tem que ser evasivo mas sugestivo (sugiro “Retoma Chega a Portugal”, “O Paradigma da Retoma”, “Retoma Comigo no Poder”). Com estes títulos cada um lê aquilo que quer ler.
- O conteúdo ambíguo (no princípio e no fim do livro seja muito positivo. Escreva tudo como se fosse verdade. Algures pela página 56, em baixo e à esquerda escreva um parágrafo breve em que afirmará o seguinte “tudo isto seria possível se não fosse a oposição”). E pronto, com esta frase poderá desculpar-se no futuro de todas a burrices que irá certamente fazer e justificar o que escreveu quando o chamarem de mentiroso.
- A foto na contracapa. O livro tem que ter a foto da sua cara na contra-capa. O português é vaidoso e gosta de ter entre mãos os ‘famosos’ da TV. Sei que V. Excelência não é bonito, mas o povinho não se importa. Assim como assim, a oposição também não é melhor...
Para que o sucesso seja mais garantido, sugiro ainda que o lançamento do livro seja feito em directo nos telejornais das oito, devendo ser dada posteriormente uma entrevista alargada a uma jornalista de renome (o sexo aqui é importante, pois pode sempre fazer um pouco mais de charme). Mais tarde poderei dar-lhe mais conselhos sobre entrevistas na TV, mas para isso teremos que firmar novo contrato. Faça também por aparecer nas revistas cor-de-rosa, nos locais da moda e envie uns exemplares aos amigos (aqueles que gostam de si pelo seu poder, não pelo que escreve...).
Doutora FlorGrela Espranta
P.S. – Depois de o livro ser lançado compre pelo menos uns 10.000 exemplares para si. A ideia é que o livro vá parar ao top o mais depressa possível e que a primeira edição esgote rapidamente. Vai ver que isto fará rapidamente subir as vendas e a partir daí será imparável.
Quanto aos 10.000 exemplares que vai comprar, se não souber o que lhes fazer mande-me todos que eu terei muito gosto em queimá-los na minha lareira.
Para escrever um romance económico há que ter presente que os portugueses não lêem, mas gostam muito de comprar livros que estão no top e ficam bem na estante e nas conversas.
Neste contexto, considero que há pelo menos quatro coisas importantes para escrever um romance (económico) de sucesso:
- O tamanho da coisa (leia-se do livro). O livro quer-se grande para que não seja lido, mas apenas folheado;
- O título do livro tem que ser evasivo mas sugestivo (sugiro “Retoma Chega a Portugal”, “O Paradigma da Retoma”, “Retoma Comigo no Poder”). Com estes títulos cada um lê aquilo que quer ler.
- O conteúdo ambíguo (no princípio e no fim do livro seja muito positivo. Escreva tudo como se fosse verdade. Algures pela página 56, em baixo e à esquerda escreva um parágrafo breve em que afirmará o seguinte “tudo isto seria possível se não fosse a oposição”). E pronto, com esta frase poderá desculpar-se no futuro de todas a burrices que irá certamente fazer e justificar o que escreveu quando o chamarem de mentiroso.
- A foto na contracapa. O livro tem que ter a foto da sua cara na contra-capa. O português é vaidoso e gosta de ter entre mãos os ‘famosos’ da TV. Sei que V. Excelência não é bonito, mas o povinho não se importa. Assim como assim, a oposição também não é melhor...
Para que o sucesso seja mais garantido, sugiro ainda que o lançamento do livro seja feito em directo nos telejornais das oito, devendo ser dada posteriormente uma entrevista alargada a uma jornalista de renome (o sexo aqui é importante, pois pode sempre fazer um pouco mais de charme). Mais tarde poderei dar-lhe mais conselhos sobre entrevistas na TV, mas para isso teremos que firmar novo contrato. Faça também por aparecer nas revistas cor-de-rosa, nos locais da moda e envie uns exemplares aos amigos (aqueles que gostam de si pelo seu poder, não pelo que escreve...).
Doutora FlorGrela Espranta
P.S. – Depois de o livro ser lançado compre pelo menos uns 10.000 exemplares para si. A ideia é que o livro vá parar ao top o mais depressa possível e que a primeira edição esgote rapidamente. Vai ver que isto fará rapidamente subir as vendas e a partir daí será imparável.
Quanto aos 10.000 exemplares que vai comprar, se não souber o que lhes fazer mande-me todos que eu terei muito gosto em queimá-los na minha lareira.
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