25 julho 2005

O factor idade

Como sabem nestas coisas de BE-PCP-PS-PSD-PP sou bastante neutral (o único alinhamento que demonstrei até agora foi pelo Eng. Camandro, devido ao seu mérito incontestável). Mas nisto da candidatura de Mário Soares não posso de deixar de referir o factor idade; isto com todo o respeito pelos anos de vida e pela experiência que esta traz, e independentemente do mérito e do estado actual de saúde do próprio. Falo aliás em geral, no caso de alguém que se candidata a um cargo público numa idade avançada e/ou manifestando sintomas da alguma limitação de capacidades. A propósito de alguma demência, alguém pode alegar que que Jonas Cardoso continua a ser reeleito, mas isso é outra história.

É de facto um pouco incómodo falar nestas coisas, aliás não deve haver nenhuma idade máxima mencionada na Constituição para alguém se poder candidatar (apenas idade mínima); eu sei que João Paulo II apesar das debilidades da idade continuou como Papa, eu sei que o papa Pinto da Costa apesar das debilidades da idade continua como presidente, mas veja-se o caso da Finlândia e dum presidente, Urho Kekkonen, cuja idade avançada e respectiva doença causou bastantes problemas. A minha questão é: a eleição dum presidente tão idoso não pode trazer um factor adicional de instabilidade? Desculpem a linguagem crua, mas: a fatal e triste eminência do falecimento (que pode estar a 20 anos de distância, claro!) ou do adoecimento, a perca eventual de capacidades para exercer o seu papel no âmbito do equilíbrio institucional de poderes deveriam ser factores que levassem estes senhores a ponderar. A menos que a idéia seja levar um candidato, não para disputar, mas sim para perder as eleições. Mas não seria fixe fazerem isso a Soares.
Dr. Matt Cunha

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Vôvô Soares diz: Vô! Vô! Vô para a presidência!

9:59 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Já a minha avó dizia que "ninguem respeita a 3ª idade"

10:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Isto só mostra, pela enésima vez, que (para os 'tuga-politicos) a carreira, o combate e os interesses politicos estão acima de tudo! Muito acima do bem comum. O que interessa não é eleger alguem capaz para o cargo, que contribua concretamente para um Portugal melhor. O que interessa é ganhar eleições, o chamado trofeu politico. Tal como a grandeza de um clube de futebol se mede pelo numero de taças conquistadas, a grandeza de um partido politico mede-se pelo número de vitorias eleitorais. Não admira que haja tanta mistura entre os politicos e os dirigentes desportivos: a lógica é a mesma.

10:09 da tarde  

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