10 abril 2008

Blade Runner

Se eu tivesse de indicar qual o meu filme favorito, eu diria agora, sem hesitar: Blade Runner.

Vi-o no cinema, quando saíu e ninguém lhe ligou muito. Fiquei completamente extasiado pelo show visual e pelo futurismo e ao mesmo tempo pelo lirismo da história. Vi-o quando saíu o "Director´s Cut" e aí percebi pela primeira vez que Deckard provavelmente era, ele próprio, um andróide, um Replicant. Um autêntico choque.

E vi-o agora, em versão "Final Cut", versão que afinal é que é o "Director´s Cut", pois é a versão aprovada por Ridley Scott. Diga-se que gosto muito desse realizador. Foi ele que mais ou menos na mesma altura fez o Alien, um filme que também me marcou em termos cinematográficos.

Mas Blade Runner é especial. Aquele ambiente húmido e fumacento, aqueles efeitos especiais que se integram tão bem na estética e na narrativa do filme, a temática algo filosófica, relacionada com a dúvida existencial e especialmente neste Final Cut, a dúvida que se instala e se reforça quanto à própria identidade de Deckard e quanto às hipóteses de sobrevivência de Rachael, as frases lapidares ("These are my friends; I make friends", "Did you ever take the test yourself?", etc.), tudo isso torna o filme muito especial.

Alberto Terego

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caro Alberto, ja anteriormente te tinhas referido de forma elogiosa a este filme. Por isso, recentemente, aluguei e vi. Achei interessante mas nao fiquei impressionado ... talvez porque nao o tenha visto quando este saiu originalmente. Pareceu-me que o Deckard E um Replicant, so pode ...

2:13 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Neste Momento, o meu filme favorito E o CNN Headline News de fim de semana, durante a tarde. I like all sequels too!

2:14 da manhã  
Blogger Fiambrelete said...

O Frei, o Quinta Anilha e o Fiambrelete gostam muito do filme. Todos pela apologia do valor da vida e o Frei também por umas cabrioladas que a Daryl Hannah faz no filme...

10:43 da manhã  
Blogger Fiambrelete said...

Como homem da inteligência artificial também acho muito interessante a questão de se é aceitável terminar uma vida mesmo que ela tenha sido criada artificialmente. Parece-me que este será um problema com que nos iremos defrontar nas próximas décadas.

10:49 da manhã  
Blogger AD said...

Visto hoje, o filme parece um pouco ultrapassado e... sem ritmo. Mas é de ter em conta que é o 1º filme de um certo género de cinematografia (depois transformado em filmes aí sim de acção, como Matrix, e Minority Report. Na mesma linha reflexiva, contudo, temos Inteligência Artificial. Em alguns destes casos, a linha condutora é o facto do autor das historias originais ser o mesmo, Philip K. Dick).

No entanto o filme é muito rico em detalhes, que dificilmente se notam à 1ª. Daí a minha vantagem de o ter visto 3X, mesmo em diferentes versões.

Não é óbvio que o Deckard seja um Replicant. Harrison Ford, quando interpretou o papel, fê-lo sempre pensando que Deckard seria humano. É interessante que essa foi mais uma controvérsia entre realizador e actor (a filmagem deste filme correu muito mal, a vários níveis e a relação actores-realizador foi um deles).

Para uma discussão interessante, com um quadro comparativo e tudo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Themes_in_Blade_Runner#Deckard:_replicant_or_human.3F

10:52 da manhã  
Blogger Fiambrelete said...

Quanto ao Deckard ser um Replicant não me parece verosímil uma vez que ele passa o filme a levar porrada dos Replicants.

10:53 da manhã  
Blogger AD said...

Já muito antes de Al Gore e sus muchachos (investidores das energias alternativas), o filme levantava implicitamente o problema das alterações climáticas e da poluição.

E como o Fiambrelete diz, as questões relacionadas com a robótica e com a clonagem são incontornáveis.

Outro aspecto é o domínio das grandes empresas. Etc., etc.

E tudo isso está implícito no filme, muitas vezes de forma mais ou menos subtil. É um filme bastante rico que não é muito pretensioso, mas que por ser discreto acho que simboliza muito bem o que é ser o chamado "cult movie". É nesse sentido que é o meu filme "favorito", ao passo que como é óbvio reconheço que há filmes melhores, de maior "qualidade".

10:59 da manhã  
Blogger AD said...

O Deckard poderia ser um Replicant... mais fraco que os outros. Até para disfarçar a sua condição, visto que é ilegal um Replicant viver na Terra.

Notar que na prática ele na mesma aguenta muita porrada. Se calhar mais do que um humano normal aguentaria... E que ele é O MELHOR dos Blade Runners (um Blade Runner especial... de corrida... :-) ) pode levar a pensar que afinal ele é um "deles"...

Além disso o detective que faz os origamis consegue sempre encontrá-lo... Será que o Deckard tem um dispositivo de localização?

E o chefe dos Blade Runners consegue facilmente manter o Deckard na sua luta contra os Replicants... (quando o convence a saír da "reforma" ele só tem que lhe dizer: "queres ser igual aos outros?", como que lhe tocando num ponto sensível... e quando o convence a prosseguir a perseguição, após ter estado quase a ser morto pelo Replicant Leon).

Enfim, o filme é rico precisamente porque se presta a este tipo de debates, e isso num argumento relativamente "simples" (em contraste por exº com as complicações e algumas vacuidades do Matrix).

11:07 da manhã  

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