04 junho 2008

Ideias estranhas

O facto de se ter voltado a falar da fome no mundo devido ao aumento do preço dos produtos alimentares, pôs-me a pensar numa ideia estranha que gostava de partilhar.
Muitos afirmam que neste momento já poderíamos produzir comida suficiente para tirar toda a gente da fome. Duvido que tal seja verdade pois mesmo que exista a tecnologia para que os produtores produzam, alguém tem de lhes comprar os produtos, coisa que os países pobres não podem fazer. No entanto, o que se tem observado é que a China e a India, à medida que se vão desenvolvendo, vão querendo comer mais, o que ajuda a fazer subir o preço da alimentação.
O que eu proponho então é que se invista na produção de mais comida, e que os Estados desenvolvidos comprem essa comida aos seus agricultores e a enviem para países pobres. Isto talvez crie problemas tais como estabelecer os preços e como impedir que os preços caiam impedindo os agricultores de produzir mais. Eu penso que a solução é os agricultores terem as suas colheitas compradas pelo Estado numa espécie de mercado de futuros, uma vez que cada Estado definiria em cada ano a quantidade de comida a enviar para países pobres. Os agricultores teriam a venda dos seus produtos assegurados e os Estados saberiam quanto iriam gastar de antemão.
Estão agora a pensar: "Este tipo é um lírico!!!", o que é verdade mas não tanto assim. A razão é a minha convicção de que ao resolver o problema da fome nos países pobres, estes se iriam desenvolver brutalmente, vejam como exemplo o plano de comida para os pobres no Brasil e o crescimento económico do país. Este desenvolvimento nos países pobres iria criar novos mercados e novas oportunidades de negócio para os países desenvolvidos, o que em conjunto iria aumentar a riqueza mundial. Isto, com um pouco de sorte, diminuiria a pobreza em todas as suas vertentes, pois a fome não é a única face da pobreza.

Assim, os Estados desenvolvidos ao darem comida aos Estados pobres estariam apenas a investir no seu crescimento futuro. Ao mesmo tempo, os Estados que mais derem terão maiores hipóteses de fazer amigos nos países que ajudarem, o que trará facilidades para fazer negócios com esses países.

5 Comments:

Blogger FlorGrela Estampa said...

Resta agora dar uns quantos países darem o primeiro passo.

E o engraçado é que não parece assim tão difícil de resolver o problema...não é um processo que implique uma sequência infinita da passos, nem que dependa de muita gente... só de uns quantos Estados-Chave.

5:09 da tarde  
Blogger goiaba said...

A sua ideia é muito interessante mas, para ser assumida, precisaria que as organizações de estados como UE vissem para além do imediato e apostassem numa orientação menos economicista a curto prazo. Acho que a China está a fazer em África a "sementeira" que lhe irá permitir ter, no futuro, mercado garantido para pessoas e bens - investe em infraestruturas, em equipamentos.
Seria importante levar a sério esta prática porque as diferenças entre ricos e pobres vão aumentar e gente com fome não pode ser tolerante e, se calhar, tem de ser racista e xenófoba ( veja-se a África do Sul).
Vou "espalhar" a sua ideia... sem usurpar a autoria,claro.

5:51 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eu apoio a ideia. E para comecar, porque nao dar os excedentes de producao As populacoes pobres de africa? Se calhar neste momento ja nao existem excedentes de producao como havia a alguns anos ...

7:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Uma ideia sobre comida só poderia vir do Fiambre-lete. That is the question.

7:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O milagre económico do Brasil deve-se mormente a:

- controle da inflacção

- ter "cobertura" real (trocadilho involuntário) para a dívida (recursos naturais) e consequente capacidade de (re-)negociação junto do FMI

- a emergência de um mercado sul-americano.

- estabiliade política

e last but not least
- descoberta de grandes reservas de petróleo
(o que acham que "resolveu" as crises económicas do Reino Unido e Rússia?)

7:36 da tarde  

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