04 maio 2009

Koniec

Digam o que disserem, Vasco Granja marcou uma geração de portugueses, muito mais do que se possa imaginar numa análise superficial da coisa. Durante muitos anos o "Cinema de Animação" era, a par do Espaço 1999 e dos filmes de cóbois, dos poucos programas que as crianças e jovens viam na RTP com agrado (o torneio das 5 nações também era interessante, mas durava pouco). Claro, às vezes era secante ver aqueles filmes polacos (os tais que acabavam com o icónico koniec), e jugoslavos (mas o Professor Baltazar era genial!), mas normalmente tínhamos sempre um Tex Avery, ou um Chuck Jones. Sim, era o Droopy e o Bugs Bunny, mas ele apresentava aqueles filmes como obras de autor. E não me posso esquecer do papel de Vasco Granja na revista Tintin, que marcou o ritmo semanal da minha adolescência. Nunca mais chegava a 6a feira!, para poder ler a continuação das 8 ou 9 histórias em paralelo que se desenrolavam nessas páginas mágicas. Blake and Mortimer, Ric Hochet, Michel Vaillant, Tintin, Asterix, Jonathan, Corto Maltese. Estavam lá todos. Quem dera que este blogue fosse maior, para que esta mensagem de apreço chegasse mais longe.
Alberto Terego

3 Comments:

Blogger FlorGrela Estampa said...

Partilho do apreço pelo Vasco Granja. A verdade é que há poucos da nossa geração que não conheçam bem este nome e que não lhe reconheçam mérito, mesmo que em crianças se tenham aborrecido um pouco com alguns dos filmes de desenhos animados mais alternativos.
A verdade é que se sentia que Vasco Granja gostava do que fazia e do que mostrava e tentava convencer-nos de que era um privilégio podermos ver o que nos estava a mostrar.

10:11 da manhã  
Anonymous Alberto Terego said...

Hoje em dia há o You Tube e 300.000 canais de tv a despejar conteúdos enlatados. Mas naquele tempo haviam filmes em bobinas que tinham de vir da Checoslováquia, ou do Canadá, o que certamente não era fácil. Mas ele rumava contra a maré, sempre com aquele tom de grande entusiasmo e aquela presença nada "televisiva". Sim, porque como apresentador, Vasco Granja não era nada expressivo. Tinha uma voz esquisita, as frases nem sempre lhe saíam bem. Mas... tinha brio e paixão naquilo que fazia.

11:54 da manhã  
Anonymous LC said...

Tenho a impressao que o AJJ o censurou ... so havia RTP Madeira nesse tempo. Mas lembro-me vagamente de ver o programa dele ... deve ter sido alguma vez que o AJJ esteve de ferias no Porto Santo.

2:54 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home