Direito de resposta
A Florgrela escreveu há alguns dias um post-it cultural com uma parte em que afirma:
Ópera no Grande Auditório da Gulbenkian:" "A Montanha" e "Metanoite op.35". Mau, mesmo mau. A segunda obra tinha ainda o defeito de ser 'a armar-que-é-boa'. Enfim, meus ricos 2x20€.
Ao que um atento leitor respondeu, creio que relativamente a esta parte do post-it :
A ignorância galga na nação portuguesa, e ainda por cima orgulhosamente. Sabe, o problema não é a burrice, mas sim a parvoíce.Com certeza que com tantas certezas (e com tão poucas dúvidas) deve levar uma vida muito feliz. Mas provavelmente também a terceira geração de uma qualquer ditadura, acha a sua condição de vida normal. A ditadura da estupidez, eis algo a combater. Não se deixe levar por ela.
Martim d'Almeida
Gostaria então de dizer que até poderia retribuir a delicadeza de ter chamado estúpido a um elemento deste blog, chamando o mesmo ao caro leitor, mas não o irei fazer. Acredito que tem o direito de achar estúpido quem quiser assim como penso que a Florgrela tem o direito de considerar a "Metanoite" e a "Montanha" obras de má qualidade, até porque eram bastante más...
A minha opinião é que o texto de ambas não prestava e a música era repetitiva e sem imaginação. Além de que pôr um cavalo em palco não torna uma obra interessante só por si. Mas eu não quero proibir ninguém de ver as duas obras, só quero que não proíbam ninguém de emitir uma opinião. E já que estamos tão errados, se o Sr. d'Almeida fizer o favor de colocar nos comentários deste post-it os vários sucessos (concerteza de deitar a casa a baixo) que estas obras irão ter no futuro, nós trataremos de postar essa informação com grande destaque. E ainda bem que o caro leitor gostou das obras.
Ópera no Grande Auditório da Gulbenkian:" "A Montanha" e "Metanoite op.35". Mau, mesmo mau. A segunda obra tinha ainda o defeito de ser 'a armar-que-é-boa'. Enfim, meus ricos 2x20€.
Ao que um atento leitor respondeu, creio que relativamente a esta parte do post-it :
A ignorância galga na nação portuguesa, e ainda por cima orgulhosamente. Sabe, o problema não é a burrice, mas sim a parvoíce.Com certeza que com tantas certezas (e com tão poucas dúvidas) deve levar uma vida muito feliz. Mas provavelmente também a terceira geração de uma qualquer ditadura, acha a sua condição de vida normal. A ditadura da estupidez, eis algo a combater. Não se deixe levar por ela.
Martim d'Almeida
Gostaria então de dizer que até poderia retribuir a delicadeza de ter chamado estúpido a um elemento deste blog, chamando o mesmo ao caro leitor, mas não o irei fazer. Acredito que tem o direito de achar estúpido quem quiser assim como penso que a Florgrela tem o direito de considerar a "Metanoite" e a "Montanha" obras de má qualidade, até porque eram bastante más...
A minha opinião é que o texto de ambas não prestava e a música era repetitiva e sem imaginação. Além de que pôr um cavalo em palco não torna uma obra interessante só por si. Mas eu não quero proibir ninguém de ver as duas obras, só quero que não proíbam ninguém de emitir uma opinião. E já que estamos tão errados, se o Sr. d'Almeida fizer o favor de colocar nos comentários deste post-it os vários sucessos (concerteza de deitar a casa a baixo) que estas obras irão ter no futuro, nós trataremos de postar essa informação com grande destaque. E ainda bem que o caro leitor gostou das obras.
Etiquetas: Arte, Divulgação, Espectáculos, Histórias Pessoais
4 Comments:
??? What!!!! Eu diria que o Sr. Martim d'Almeida E um anti-fascista com um discurso extremamente fascista! Bravo! NOT! Nao o conheco, nunca o vi mais gordo mas nao gosto dele!
Eu acho que é bom exercer o direito de a verdade ser resposta.
Vários erros ocorrem do seu comentário, pelo que um pouco de sageza é necessária:
1º Não me referi ao que estava a comentar, pelo que achar que estou a falar de Montanha ou Metanoite, é um pouco abusador.
2º Não chamei estupido a ninguém (bem sabendo que a captatio malevolentiae sujeita-se a sobreinterpretações). A ditadura invisível era uma referência a Foucault, mas como isso não lhe deve interessar nada, respondo então em jeito popular (sabendo que recorrendo às 'massas' incorro numa captatio benevolentiae): só se pica quem tem picos. E atenção que o problema das 'massas' não é a quantidade, mas a habilidade de estar al dente.
3º A ditadura do 'porque eu acho' é sinónimo de mediocridade. O texto não prestava porquê? Porque não tinha trocadilhos? Porque não era surrealista? Porque não tinha a Alexandra Lencastre? Ou o Alexandre Frota?
4º A música era repetitiva. Ora, talvez antes fosse. Todos nós (os que sabemos música) conhecemos a estrutura da música Pop. Não é ela senão repetição. C'est toujours la meme chanson. E é nessa repetição que age o efeito catártico. Glass descobriu, Reich descobriu etc. E pelos vistos a srª ainda não. Mas bom, pelo menos tem um blog. Eles outras coisas terão. Graças a Deus quem está no poder ainda se vai apercebendo quem tem direito a um blog e quem direito a outras coisas (nem melhores nem piores, diferentes).
5º Um cavalo é forma. Analisar um espectáculo pela forma, é vicio de amador da tv. Para além de dois olhos e de um traseiro, o ser humano foi dotado de um cérebro. Diria a Oprah (e como ela é básica): Deixar de usar o que nos custou tanto desenvolver, é um crime inter-passivo a que não nos devemos dar ao luxo. Forma e conteúdo funcionam em parelha. Conceptualidade é diferente de conceptualismo. O problema do homem inter-passivo é que não se reconhece. Não reconhece que se veste mal, que come mal etc. Isso transportado para situações de espectáculos, leva esse mesmo sujeito a não reconhecer que não percebeu o que lhe foi proposto, e assim, qual julgador de Cristo, aponta para a obra e diz: Aquilo falhou, não quer dizer nada, não presta, é vaga, é intelectual, étudo. Pois o problema não é da dita obra, mas de quem não a percebeu. O humano desculpa-se de tudo porque não ter consciência de si. Tem medo. Quer ser o super-homem. Well, bad luck. Isso é ficção.
6º Sobre a proibição: Eu acho que as pessoas são más. Esta maldade advém de uma não humildade e capacidade de reconhecimento do outro. As pessoas não estão dotadas de paciência e de amor. Eu não choro pela morte de Saddam nem pela morte de Hitler. Eles foram indicados pelo povo como sendo 'o certo'. O espectáculo 9 a Montanha e Metanoite são indicados como 'o errado'. Como tal não chorarei pela morte de Florgrella que prefere a interpassividade de uma falsa dança indiana (a india tem várias realidades, não devemos respeitar a imposição racista do estereotipo), que prefere o e cito o racismo 'grupo de brasileiros de raça negra que dançavam e cantavam fantasticamente', que prefere o XL e diz que o baterista não fica atrás (um paradoxo divertido, quando na verdade em termos espaciais o baterista fica sempre atrás), e que acha que os XL FEMME conseguiram um espéctaculo que 'funciona sempre' (já agora, vá-me mantendo informado), que prefere tudo isto, dizia eu, á potencialidade extrema da alta cultura humanista ocidental, só pode gostar da frase de Hitler: "Agora, meus caros, já não temos vergonha de ser analfabetos".
7º Já viu o futuro e a projecção de um trabalho como '9'? Já viu trabalhos dos criadores das óperas? Já leu livros do programador? Por acaso não reconheceu o Giorgio Agamben por entre o público?
Para finalizar: Sei bem que nada disto lhe mudará a vida, mas ajuda-me muito. Continuo com a certeza de que as pessoas são más, que a carne humana, assim como o tal bife do Speakeasy, é dura de roer.
Seja feliz,
Martim d'Almeida
P.S. Por favor, nunca chegue ao poder.
Ver continuação da saga num post mais acima.
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