05 julho 2007

Espectáculos de Junho 2007

Nas últimas semanas fomos ver mais três espectáculos integrados no Festival "O Estado do Mundo".

Dança Contemporânea: "9"
Não gostámos nada do espectáculo. Ao fim de 5 minutos percebeu-se que a obra não ía passar do mesmo. Dança repetitiva e música ainda pior (e eu gosto de música minimalista!!! o pior é que a música era pior que ouvir o barulho de obras de construção de um vulgar prédio...)

Dança Contemporânea:"Quiet, Please!"
O espectáculo excedeu as nossas expectativas. A música e a dança eram indianas, embora não fosse exactamente o que eu estou habituada a ver e ouvir. O bailarino principal era simplesmente espectacular. O cantor também não lhe ficava atrás. Enfim, foi um espectáculo diferente e que fica na memória.

Ópera no Grande Auditório da Gulbenkian:" "A Montanha e "Metanoite op.35""
Mau, mesmo mau. A segunda obra tinha ainda o defeito de ser 'a armar-que-é-boa'. Enfim, meus ricos 2x20€.

Para além destes 3 espectáculos, em Junho fomos jantar ao Speakeasy.
Foi um jantar caríssimo (>30€/pers.), tendo em conta que todos se queixaram da carne não ser tenra... No meu entender safaram-se os doces e, obviamente, os espectáculos que vimos. Antes dos XL Femme actuou um grande grupo de brasileiros de raça negra que dançavam e cantavam fantasticamente.

Música ao Vivo no Speakeasy: "XL Femme"
Já tinha visto os XL Femme, mas gostei de os rever. A cantora é fantástica e o baterista não fica atrás. Os arranjos (de músicas conhecidas) são muito bem conseguidos. É, sem dúvida, um espectáculo que funciona sempre.

FlorGrela Estampa

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4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A ignorância galga na nação portuguesa, e ainda por cima orgulhosamente.
Sabe, o problema não é a burrice, mas sim a parvoíce.
Com certeza que com tantas certezas (e com tão poucas dúvidas) deve levar uma vida muito feliz. Mas provavelmente também a terceira geração de uma qualquer ditadura, acha a sua condição de vida normal. A ditadura da estupidez, eis algo a combater. Não se deixe levar por ela.
Martim d'Almeida

12:43 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eu poderia retribuir a delicadeza de ter chamado estúpido a um elemento deste blog, chamando-lhe o mesmo, mas não o irei fazer. Acredito que tem o direito de achar estúpido quem quiser assim como acho que a Florgrela tem o direito de achar a "Metanoite" e a "Montanha" obras de má qualidade, até porque eram bastante más...
A minha opinião é que o texto de ambas não prestava e a música era repetitiva e sem imaginação. Além de que pôr um cavalo em palco não torna uma obra interessante só por si. Mas eu não quero proibir ninguém de ver a obra, só quero que não proíbam ninguém de emitir uma opinião.
E já que estamos tão errados se o Sr.d'Almeida colocar nos comentários deste post-it os vários sucessos (concerteza de deitar a casa a baixo) que estas obras irão ter no futuro, nós trataremos de postar essa informação com grande destaque.

10:38 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Vários erros ocorrem do seu comentário, pelo que um pouco de sageza é necessária:
1º Não me referi ao que estava a comentar, pelo que achar que estou a falar de Montanha ou Metanoite, é um pouco abusador.
2º Não chamei estupido a ninguém (bem sabendo que a captatio malevolentiae sujeita-se a sobreinterpretações). A ditadura invisível era uma referência a Foucault, mas como isso não lhe deve interessar nada, respondo então em jeito popular (sabendo que recorrendo às 'massas' incorro numa captatio benevolentiae): só se pica quem tem picos. E atenção que o problema das 'massas' não é a quantidade, mas a habilidade de estar al dente.
3º A ditadura do 'porque eu acho' é sinónimo de mediocridade. O texto não prestava porquê? Porque não tinha trocadilhos? Porque não era surrealista? Porque não tinha a Alexandra Lencastre? Ou o Alexandre Frota?
4º A música era repetitiva. Ora, talvez antes fosse. Todos nós (os que sabemos música) conhecemos a estrutura da música Pop. Não é ela senão repetição. C'est toujours la meme chanson. E é nessa repetição que age o efeito catártico. Glass descobriu, Reich descobriu etc. E pelos vistos a srª ainda não. Mas bom, pelo menos tem um blog. Eles outras coisas terão. Graças a Deus quem está no poder ainda se vai apercebendo quem tem direito a um blog e quem direito a outras coisas (nem melhores nem piores, diferentes).
5º Um cavalo é forma. Analisar um espectáculo pela forma, é vicio de amador da tv. Para além de dois olhos e de um traseiro, o ser humano foi dotado de um cérebro. Diria a Oprah (e como ela é básica): Deixar de usar o que nos custou tanto desenvolver, é um crime inter-passivo a que não nos devemos dar ao luxo. Forma e conteúdo funcionam em parelha. Conceptualidade é diferente de conceptualismo. O problema do homem inter-passivo é que não se reconhece. Não reconhece que se veste mal, que come mal etc. Isso transportado para situações de espectáculos, leva esse mesmo sujeito a não reconhecer que não percebeu o que lhe foi proposto, e assim, qual julgador de Cristo, aponta para a obra e diz: Aquilo falhou, não quer dizer nada, não presta, é vaga, é intelectual, étudo. Pois o problema não é da dita obra, mas de quem não a percebeu. O humano desculpa-se de tudo porque não ter consciência de si. Tem medo. Quer ser o super-homem. Well, bad luck. Isso é ficção.
6º Sobre a proibição: Eu acho que as pessoas são más. Esta maldade advém de uma não humildade e capacidade de reconhecimento do outro. As pessoas não estão dotadas de paciência e de amor. Eu não choro pela morte de Saddam nem pela morte de Hitler. Eles foram indicados pelo povo como sendo 'o certo'. O espectáculo 9 a Montanha e Metanoite são indicados como 'o errado'. Como tal não chorarei pela morte de Florgrella que prefere a interpassividade de uma falsa dança indiana (a india tem várias realidades, não devemos respeitar a imposição racista do estereotipo), que prefere o e cito o racismo 'grupo de brasileiros de raça negra que dançavam e cantavam fantasticamente', que prefere o XL e diz que o baterista não fica atrás (um paradoxo divertido, quando na verdade em termos espaciais o baterista fica sempre atrás), e que acha que os XL FEMME conseguiram um espéctaculo que 'funciona sempre' (já agora, vá-me mantendo informado), que prefere tudo isto, dizia eu, á potencialidade extrema da alta cultura humanista ocidental, só pode gostar da frase de Hitler: "Agora, meus caros, já não temos vergonha de ser analfabetos".
7º Já viu o futuro e a projecção de um trabalho como '9'? Já viu trabalhos dos criadores das óperas? Já leu livros do programador? Por acaso não reconheceu o Giorgio Agamben por entre o público?

Para finalizar: Sei bem que nada disto lhe mudará a vida, mas ajuda-me muito. Continuo com a certeza de que as pessoas são más, que a carne humana, assim como o tal bife do Speakeasy, é dura de roer.
Seja feliz,
Martim d'Almeida

P.S. Por favor, nunca chegue ao poder.

8:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

vi um Espectáculo de Dança do Ventre simplesmente fantástico. Chama-se "Habibi Baladi Khales" e será novamente apresentado em Lisboa no dia 30 Junho às 20.30 no Auditório da Lispolis (Paço Lumiar, 44 perto rotunda teleheiras). É mesmo a não perder. É raro ver um espectáculo de dança oriental com esta qualidade. Elenco composto pelas melhores bailarinas portuguesas e pelo Coreografo de renome internacional Mahdy Emara. As reservas são feitas atraves carlab.oriental@sapo.pt
Bom espectáculo

12:19 da manhã  

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