03 agosto 2007

Passeios Culturais de Fim de Julho

Nas últimas semanas fomos ver uma exposição de arquitectura, um teatro em francês (legendado) e dois espectáculos de dança contemporânea.
O espectáculo com entrada livre (no Parque Palmela) foi, por incrível que pareça, o melhor de todos.
Somos mesmo levados a afirmar que foi o melhor espectáculo de dança que vimos em 2007. Parabéns ao Wellemkamp. As duas coreografias eram muito boas. Espero que, pelo menos a obra “Sete Sonhos de Pássaros” venha a ser dançada mais vezes, em Portugal e no Estrangeiro.

Cordoaria Nacional e Museu da Electricidade: Trienal de Arquitectura
A exposição na cordoaria é relativamente fraca, quando comparada com a do Museu de Electricidade, onde estão reunidos os projectos de Siza Vieira. Na Cordoaria há poucas maquetes, mas na do Siza há excelentes maquetes. Na Cordoaria há a realçar as ideias apresentadas pela Y-Dreams de sistemas a integrar em museus. Pareceram-me bem pensados e úteis. No Museu da Elextricidade aconteceu um episódio giro. O (ou um dos?) maquetista(s) meteu conversa connosco quando nos viu apreciar o projecto de uma casa projectada pelo Siza. Contou-nos o maquetista (romeno?) que a casa foi construída na Coreia. Um dos projectos mais bem conseguidos de Siza (na minha –modesta- opinião) e, de acordo, com o maquetista, o Siza não precisou de ir ao local (o que a avaliar pela excelente integração na paisagem até custa a crer).

Teatro Camões: Kalimari - O Trovão, de César Augusto Moniz, pelo Kamu Suna Ballet.
O público adorou o espectáculo. Muita cor, boa música ao vivo e gravada. Bons bailarinos (houve solos muito bons, de facto). Alguma mística associada ao ambiente japonês do espectáculo. Com tanto aplauso, fica-se na dúvida se o público não foi um pouco manipulado, pois foi-lhe oferecido um espectáculo exactamente ‘com o público gosta’…com todos os ingredientes que o tornam bonito e agradável… ideal para quem não quer pensar muito sobre a vida ou os problemas do mundo.

Teatro D. Maria II: Homme pour Homme de Bertolt Brecht. Produção da 'La Comédie de Reims' e encenação de Demarcy-Mota.
As (nossas) expectativas eram muito altas. Íamos ver a mesma companhia que, em 2006, apresentou “Rhinocéros”, de Ionesco, e que foi a melhor peça que vi até hoje em termos cénicos, rítmicos, e de envolvência na estória.
Infelizmente - embora tenhamos gostado da peça - já não gostamos tanto como da do ano passado. Em termos cénicos tudo bem, e a estória do Brecht não é má de todo (estou a ser demasiado crítica, julgo…), mas senti que os actores escolheram uma forma de dizer o texto muito aborrecida e pouco sentida (o tom foi sempre o mesmo do princípio ao fim e igual para todos os actores).

Talvez o nosso amigo Martim d'Almeida gostasse da peça, pois na plateia havia muitos actores conhecidos (vg., Filipe Ferrer estava ao nosso lado) e a Ministra da Cultura também estava lá...o que é um claro sinal de que a peça é genial.

Parque Palmela: Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo (CPBC). Coreografia Zullia, de Pedro Goucha Gomes + Coreografia "Sete Sonhos de Pássaros", da autoria do director artístico da CPBC, Vasco Wellenkamp.
Um espectáculo!!!!
Muitos bravos espontâneos e sentidos foram ouvidos da plateia. Assim vale a pena.



E agora vamos de férias.
Hasta luego.

FlorGrela e Fiambrelete

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